Suzuki Yes 125 após 40 mil km – Teste Completo
Já tem um tempo que eu estou ensaiando de escrever mais um review da Yeszinha, e tenho adiado para dar uma chance da moto mostrar que é valente pra valer, mas ultimamente ando meio decepcionado com ela.
Eu já escrevi outros dois reviews sobre a moto. Vale a pena dar uma olhada para acompanhar a história completa, mas resumindo, comprei a moto para tentar economizar a Falcon (mal sabia que ela seria roubada dias depois). Fiquei impressionado pela quantidade de itens de série que a moto tem, como freio a disco, partida elétrica, conta-giros, marcador de combustível, bagageiro e etc. Eu gostei muito da moto, ela aparentava ser de boa qualidade apesar de sua procedência chinesa (sim meu amigo! Você não leu errado: A Suzuki é uma marca JAPONESA, mas a Yes 125, a Intruder 125 e a Burgman 125 são verdadeiramente CHINESAS. A J. Toledo só importa as motos da China e coloca os adesivos da Suzuki). Mas ultimamente a moto tem me causado alguns problemas meio chatos.
A moto está com quase 40 mil km, Foi comprada em Setembro de 2008, então tem 1 ano e 7 meses. Uso a moto diariamente para ir e voltar do trabalho e para todo tipo de lugar. Foi nosso único meio de transporte de Outubro de 2008 até o mês passado, quando compramos a Lead. Nesse tempo, fiz três viagens curtas (até 200 km no total) e uma longa (quase 1200 km no total).
Com 2 semanas de uso, um dos fios do chicote elétrico quebrou bem ao lado da coluna de direção. Esse fio fez o indicador de marchas e a luz de neutro da moto não acender mais. O fio quebrou porque o mané que montou a moto passou o chicote por fora do passador do quadro, que fica sob o tanque da moto e serve justamente para permitir o movimento do guidão sem forçar os fios. Como eu sou preguiçoso, acabei deixando assim, pois essas luzes não me faziam falta. Fui consertar isso só com 35 mil km, abri o chicote, fiz uma emenda com solda no fio que quebrou e tudo voltou a funcionar.
Com 3 meses de uso, o cabo do conta-giros é que quebrou, fazendo o instrumento parar de funcionar. Troquei o cabo (R$ 20,00), e depois de 5 meses, quebrou de novo. Troquei mais uma vez e na semana passada ele quebrou de novo. Sempre usando cabos originais, comprados em concessionárias Suzuki da região, e sempre cuidado da lubrificação corretamente. Acho estranho ter de trocar esse cabo tantas vezes, mas não sei dizer se é normal, pois na Twister e na Falcon, o conta-giros é eletrônico e funcionava usando a informação do CDI. Não tinha cabo.
Com uns 5 mil km, eu percebi que a moto fazia uns estalos na caixa de direção enquanto pilotava. Achava que o problema era o ajuste, mas não era não. Por mais apertado que fique, o estalo não sumia e só deixava a direção mais pesada. Ajustei de modo confortável e deixei para ver quanto tempo iria durar o rolamento. Durou 30 mil. Troquei (R$ 60,00), mas os novos rolamentos também me passam a impressão de que estão soltos. A Twister eu vendi com 60 mil km, e nunca tive problemas com a caixa de direção. Com a Falcon, que também tinha 60 mil km quando foi roubada, também não tive esse problema.
Com uns 10 mil km, eu comecei a me incomodar com a suspensão traseira da moto. Ela sempre foi esquisita, mas depois de um tempo, ela passou a ficar muito mole, mesmo na maior regulagem. Além disso, o funcionamento não era uniforme. Era freqüente eu sentir que a moto puxava bruscamente para um lado após eu passar em uma lombada ou valeta. Com garupa, era pior, pois a suspensão facilmente atingia fim de curso. Logo eu experimentei trocar os amortecedores traseiros pelos amortecedores da YBR, o que melhorou bastante o comportamento da moto, mas deixou a traseira dela mais alta (pois o amortecedor é maior), e por causa do novo amortecedor, o ajuste da corrente de transmissão ficou mais complicado, pois quando o amortecedor comprimia, acabava por deixar muito frouxa a corrente, a ponto de pular dentes. Logo eu coloquei de volta os amortecedores originais. Além disso, eu sempre percebi que o comportamento da moto em certas situações era muito esquisito. Em pequenas manobras de estacionamento, por exemplo, eu sentia que ao arrancar com a moto fazendo uma curva, o quadro meio que “dobrava”. Eu realmente sentia que havia uma flexibilidade em algum ponto do quadro, e prestando mais atenção, percebi que as bengalas e a caixa de direção, que literalmente “envergam” quando muito forçados. A balança traseira também tem esse comportamento esquisito. Finalmente eu entendi porque eu não sinto confiança de entrar “forte” em uma curva com a moto.
Pastilhas de freio eu troco a cada 5 mil km. Nas 3 primeiras trocas, usava a original (30 a 45 reais), mas como vi que a paralela tem a mesma durabilidade (o que é um absurdo, pois a original deveria durar mais) e custa 12 reais, passei usar a paralela. O disco de freio logo-logo precisará ser substituído, pois já está meio fino. Já as lonas de freio eu troquei com 30 mil km. Achei pouco. Na Twister, eu pagava 60 reais em cada jogo de pastilhas originais (Nissin), e durava 10 mil. Eu sempre fiz uso agressivo do freio dianteiro, por isso essa média pode espantar um pouco. Mas a Twister é mais pesada e mais rápida que a Yes, imagino que as pastilhas dela (Yes) deveriam durar mais. Além disso, a lona de freio traseira original da Twister, que eu tirei zero, foi junto com a moto quando foi vendida, ou seja, durou mais de 60 mil km, pois o freio traseiro eu uso muito pouco. Na Falcon, nunca troquei pastilha traseira, e a dianteira durava 10 mil também.
Com 34 mil km, logo depois de voltar da viagem do sul, eu percebi que uma das alças soldadas a ponteira do escapamento havia soltado. Como percebi que logo a outra alça se soltaria também, eu improvisei uma abraçadeira de arame para segurar o escapamento até eu ter tempo de encostar na oficina. Levou duas semanas para eu ter tempo. Com 35 mil km, encostei a moto na oficina para fazer uma revisão geral na moto e ver o que havia de errado com o escapamento. Percebi que as duas alças haviam quebrado e o escapamento estava sendo apoiado exclusivamente pelo arame que eu coloquei (se eu não tivesse colocado, teria caido no meio da rua) . Pelo estado que estava, achei que não seria boa idéia soldar os suportes e acabei comprando um escapamento novo (R$ 300,00). Além disso, troquei o coxim da roda traseira, que já estava bem gasto. Também verifiquei o nível de água na bateria, e por sorte fiz isso, pois estava bem baixo. Mais um pouco e eu perderia a bateria. Completei com solução de bateria. Fiz outras trocas e ajustes normais de uma revisão, como fluido de suspensão dianteira , de freio, limpeza do carburador, substituição de vela de ignição e etc.
Agora, com 40 mil km, a moto começou a dar trabalho para funcionar de manhã. A impressão que tenho é que a bateria não tem carga para mover o motor de arranque. Ele funciona forçado, e logo para de funcionar. Mas a moto pega no tranco, e depois do primeiro tranco do dia, ela passa a funcionar com a partida elétrica normalmente. Verificando o nível da bateria, percebi que está baixo de novo. Fiquei meio chateado, pois essa bateria durou bem pouco e estou vendo que vou ter de troca-la mesmo. Espero que dê pra colocar uma bateria selada lá, pois essa com água ninguém merece.
Isso fora os pequenos detalhes: Paralama trincou e começou a fazer muito barulho. Tentei resinar mas não deu certo, acabei furando e prendendo com cintas hellerman (Tire-up). Agora já tem um novo trinco, desta vez, bem no meio dele. Piscas traseiros quebrou apenas com o uso da moto. Tentei colar, mas não deu certo também. Usei mais cintas hellerman. A pedaleira esquerda do garupa está frouxa e faz muito barulho com a vibração da moto. O mesmo acontece com o cavalete lateral da moto. Os adesivos do tanque desbotaram. Antes o cinza era igual ao da pintura da moto, agora, um deles ficou bem claro, e o outro clareou só um pouco. Mas a diferença é facilmente perceptível.
Percebe porque estou meio chateado? Algumas peças da moto tem uma durabilidade bem abaixo do normal, como pastilhas de freio, lâmpadas, bateria, amortecedor traseiro, cabos e rolamentos. Isso me faz o tempo todo ter de parar a moto para fazer algum serviço nela, e encaixar esse tipo de compromisso na minha agenda é meio complicado. A manutenção normal eu sempre faço. Troco o óleo a cada 2 mil km, filtro de óleo a cada 4 mil. O filtro de ar eu só limpo e coloco óleo. Vela de ignição e limpeza do carburador eu faço a cada 12 mil km. A relação da moto durou 25 mil km, troquei só uma vez. Esses itens são normais. Mas bateria que dura 1 ano e meio, pastilhas que duram 5 mil km, escapamento que quebra do nada, coxin de roda, cabos de conta-giros com baixa durabilidade, ninguém merece.
O pior é escutar do meu irmão que a Titan 150 ESD 2004 dele, com 130 mil km, até agora só precisou trocar a bateria (no mês passado).
Veja mais algumas fotos: