Suzuki Yes 125 após 12 mil Km – Teste completo
O Wilson Neto, leitor do Motos Blog, perguntou nos comentários sobre o que eu estava achando da Yes após este tempo que venho usando ela. Como acho que a informação é relevante, resolvi tranformar a resposta em um novo post, assim o alcance é maior e aproveito para tirar a poeira do Motos Blog e voltar a postar com frequência. Ai vai:
Wilson, como eu disse no comentário anterior, eu NÃO me arrependo de ter comprado a Yes. A minha já está com 12 mil km. Os problemas dela nem podem ser chamados exatamente de problemas… são “detalhes” que eu sei que a Honda ou a Yamaha não deixariam acontecer, mas nada que impossibilite o uso da moto.
O primeiro é que o chicote da moto deu algum problema. Um dos fios dele se rompeu bem onde faz aquela dobra em baixo do guidão (ao lado da caixa de direção). Ali, o fio dobra e estica com freqüência, afinal, o guidão tem que virar para um lado e para o outro. Com esse fio quebrado, as luzes de Neutro e indicador de marchas não acendem mais.
Outro detalhe que me incomoda um pouco é a suspensão traseira, um tanto dura… As vezes tenho a impressão de que os dois amortecedores traseiros são diferentes, pois sinto que a moto “torce” em algumas curvas ou quando passo em lombadas… como se os amortecedores estivessem fornecendo resistências diferentes em cada lado da moto. Com isso, não sinto firmeza ao entrar rápido em uma curva, pois tenho a impressão de que a moto vai simplesmente sair de baixo e me deixar sobrando… Então ando sempre “abaixo” do meu potencial. Andei estudando e acho que os excelentes amortecedores da YBR servem na Yes. Vou testar e se servir e ficar bom, certamente vou escrever mais detalhes sobre isso.
Mais uma coisa que me incomoda é que quando eu solto as duas mãos do guidão, ele começa a vibrar e chacoalhar de um lado para o outro, de forma progressiva… Em 2 ou 3 segundos nessa situação, chega a ser um shimmi, muito intenso e até perigoso… Uma vez quase caí (mesmo) por causa disso, tive que segurar a moto com os pés pra não ir pro chão… devia estar a uns 30 por hora… Segurando o guidão, a pilotagem é normal, mas por vezes eu solto para ajustar as luvas ou a jaqueta em movimento, e agora não tenho mais confiança pra fazer pois a moto é meio instável nessas situações.
Outros detalhes menores são o farol, que é muito ruim e usa um tipo de lampada H4 diferente do padrão, o bagageiro traseiro, que exige observação direta pois os parafusos dele insistem em afrouxar após algumas semanas de uso, o pedal do freio, que tem uma posição muito esquisita, principalmente para mim, que calço 46.
Percebe? São detalhes que me fazem não confiar tanto na moto… Ela nunca me deixou na mão, nunca me derrubou, nunca quebrou, fundiu, fumou, ou qualquer coisa assim, porém, sinto falta do acabamento e da qualidade geral a que estou acostumado… A Honda, querendo ou não, ainda tem as motos com maior qualidade (pelo menos as pequenas), porém, pelo menos aqui em SP, é impossível ter, pois o ladrão gosta mais da Honda do que eu, além de ultimamente a Honda ter viajado MUITO no preço de suas motos. A Yamaha também é um excelente fabricante de motos pequenas, a YBR é extremamente macia e confortável e certamente seria a minha opção hoje… Ainda mais agora que o preço do lançamento passou e está sendo vendida num valor mais camarada (R$ 6.800,00 a completa).
No mais, a moto é boa. Está cada vez mais econômica, fazendo 35 km/l. Nunca deu trabalho para funcionar de manhã, os comandos todos estão funcionando bem (freios, embreagem, acelerador, etc). O pneu sem câmara é realmente um diferencial (já furei duas vezes e eu mesmo resolvi com meu kit de reparo, na rua, sem stress). As peças de reposição são baratas (precisei comprar um espelho que quebrei, paguei 30 reais).
A Yes é uma boa moto? É sim, certamente. Mas hoje, acho que já não é mais o melhor custo-benefício… Hoje este posto pertence a Yamaha YBR Factor ED. Uma pena que na época que eu comprei não era assim.