Fotografia básica – ISO e Obturador
Este é o primeiro de uma série de artigos sobre fotografia básica. Hoje vou falar sobre o que deve ser os erros mais comuns dos fotógrafos de primeira viagem.
Quem anda de moto adora tirar fotos. Faz parte da vida do motociclista carregar sua câmera para todos os passeios, e então tirar fotos de tudo e de todos.
Longe de mim ser um expert no assunto da fotografia. Na verdade, sou bem leigo nisso, mas depois de tanto apanhar, consegui aprender alguns conceitos básicos que certamente ajudam na hora de conseguir uma foto melhor. Mas se encontrar algum erro aqui, deixe um comentário!
Sensibilidade ISO e Velocidade do obturador são provavelmente os principais responsáveis pelas fotos saírem borradas, granuladas, muito escuras ou super claras. Eles são os erros mais comuns do “fotógrafo” iniciante, e até hoje não conseguiram inventar uma câmera 100% automática que resolva todas as situações. Então entender o que é a Sensibilidade ISO e a velocidade do obturador é importante para obter boas fotos.
Vou falar rapidamente o que significa cada um desses itens, e depois, falarei como eles podem influenciar na hora de tirar uma foto.
Sensibilidade ISO
O ISO é a sensibilidade do filme (ou sensor) a luz. Antigamente, na época dos filmes fotográficos, a foto se dava por exposição do filme fotográfico a luz da lente por um curto espaço de tempo. O filme, por sua vez, possui componentes químicos que são sensíveis a luz, e “queimam” de acordo com a luz projetada nele pela da lente. Esta queima está condicionada principalmente a quantidade de partículas de prata presente na formula do filme. Quanto mais prata, mais sensível era o filme a luz, e portanto, menos luz era necessária para realizar a foto. Portanto, a cena poderia ser mais escura e ainda assim o filme seria sensibilizado.
O problema é que os filmes com elevada quantidade de prata reduziam a qualidade da foto, perdendo detalhes em cores e criando aberrações cromáticas.
Hoje em dia, com a fotografia digital, existe um sensor no lugar do filme. Este sensor é que é “queimado” pela luz para poder capturar a foto. O ajuste da sensibilidade do sensor é feito por meio do controle da corrente elétrica que passa por ele. Quanto mais energia ele recebe, mais sensível a luz ele fica, e portanto, mais escura a cena poderá ser.
O problema, tal qual acontece nos filmes, é que a medida que a sensibilidade do sensor aumenta, aumenta também o “ruído” que ele captura. O ruído se traduz em granulação na foto. Você percebe claramente que houve um clareamento artificial da imagem quando o ISO está muito alto.
Os valores normais para ISO são 100, 200 e 400. ISO 100 é indicado para fotos em ambientes muito iluminados, como fotos ao ar livre durante um dia de sol. Já o ISO 400, para fotos em ambientes internos, com iluminação artificial. Algumas câmeras modernas conseguem chegar até a ISO 3600 ou mais, que é uma sensibilidade muito alta, podendo praticamente tirar fotos com luminosidade mínima. Mas quanto maior o ISO, maior a granulação da foto.
Obturador
O obturador é aquela cortina que se abre por alguns milésimos de segundo e logo se fecha, que fica entre a lente e o filme (ou sensor). Essa pequena janela se abre para permitir que a luz queime o sensor da câmera, e então se fecha para interromper a queima. Quanto mais tempo o obturador fica aberto, mais tempo a queima vai durar, e portanto, mais clara a foto vai ficar.
É aqui que mora o erro mais básico da fotografia: Quanto mais tempo o obturador fica aberto, maior a chance da foto sair borrada. A foto é uma imagem estática, parada. Se o obturador ficar aberto por, digamos, 1 segundo, tudo o que estiver na frente da lente da câmera será capturado neste período, e se alguma coisa se mexer, esta aparecerá borrada na foto. Por outro lado, se você define que o obturador deve ficar aberto por apenas 1 milésimo de segundo (1/1000), a chance de alguma coisa se mexer neste período é bem pequena, e portanto, a chance da foto sair borrada também é mínima. Porém, com este pequeno tempo criamos um novo problema: O tempo de exposição do sensor a luz fica curto, e a foto pode sair escura.
Na prática
A prática é uma grande sinuca de bico: Se você deixa o ISO em 100 (pouco sensível), e deixa a velocidade do Obturador em 1/1000 (1 milésimo de segundo), você só conseguirá tirar boas fotos em ambientes muito bem iluminados, ou ao ar livre em um belo dia de sol, isso porque o tempo de exposição será curto e a sensibilidade do sensor será baixa. É preciso muita luz para queimar o sensor de modo que a foto fique boa.
Por outro lado, se você precisa fazer uma foto em um ambiente mais escuro, você pode recorrer a dois recursos: Ou aumentar a sensibilidade do sensor, ou aumentar o tempo de exposição.
Aumentar a sensibilidade do sensor, como explicado acima, aumenta a chance da foto ficar granulada. Até ISO 400 ou 800 a foto ainda fica legal. Acima disso, o ruído começa a se tornar perceptível, e ai é bom pensar em aumentar o tempo de exposição.
Aumentar o tempo de exposição significa reduzir a velocidade do obturador, para mantê-lo aberto por mais tempo. Fazendo isso, mais luz entrará na câmera para queimar o sensor e obter a luz necessária para a foto, porém, com isso, existe a necessidade de manter a cena parada durante a execução da foto, o que nem sempre é possível. Para isso, você pode contar com a ajuda de um tripé para segurar a câmera parada, e pode solicitar que as pessoas fiquem realmente imóveis durante a foto. Mas se sua foto tiver que ser de um assunto em movimento, sua vida ficará bem complicada. Tente em uma sala com pouca iluminação tirar a foto de uma criança muito pequena ou de um animal de estimação e verá do que estou falando.
Grande parte das câmeras digitais sequer permitem o ajuste da velocidade do sensor ou do tempo de exposição, principalmente os modelos mais baratos e simples. Mas já a algum tempo as câmeras mais novas, mesmo as mais compactas, já oferecem um modo que te permite fazer um ajuste manual dos parâmetros da foto. Além disso, as câmeras tem modos pré-definidos, como “Esportes”, “Paisagem”, “Foto noturna”, “Retrato”, e por ai vai… Esses modos nada mais são do que combinações pré-definidas de sensibilidade, exposição e diafragma, para facilitar o ajuste da câmera.
Existem muitos outros fatores que influenciam a qualidade das fotos: Abertura de diafragma, uso de Flash, lentes e filtros, foco e muitíssimos outros detalhes. Em breve vou falar um pouco sobre isso estes outros assuntos, mas por hoje é só isso.
Sei que há muitos fotógrafos de plantão por aqui, então deixe um comentário com suas impressões e dicas!