Senador denuncia “invasão chinesa”
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) denunciou da tribuna nesta segunda-feira (6) que um grupo com capital chinês e brasileiro instalou em Manaus (AM) uma unidade de montagem de peças de motos importadas da China que ameaça a produção das fábricas de motos instaladas na Zona Franca de Manaus. Para ele, trata-se de uma “empresa de espertalhões”, que “resume negociata, desonestidade, atraso tecnológico e conspiração contra os empregos” do pólo industrial do Amazonas.
Virgílio informou que a empresa Dafra Motos oferece apenas 800 empregos na montagem das motocicletas de 150 cilindradas importadas da China, enquanto as empresas que estão há anos em Manaus empregam cerca de 18 mil pessoas.Disse que a Honda Amazonas usa em suas motos peças com 95% de nacionalização, empregando brasileiros, e não chineses. Apesar disso, o grupo chinês e os fabricantes instalados em Manaus pagam o mesmo percentual de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
– Essa empresa [Dafra] é uma fraude. Um retrocesso no pólo industrial de Manaus. Significa estagnação tecnológica para a nossa indústria de duas rodas – acrescentou.
Arthur Virgílio pediu ainda que a Receita Federal examine a situação dos sócios da Dafra, que teria apenas R$ 1 milhão de capital social, mas gasta em propaganda grandes somas. Ele observou ainda que eles se “acompanham das piores pessoas, do lobby mais obscuro que se possa praticar neste país”.
O senador opinou que Honda e a Yamaha, que fizeram pesados investimentos para produção de motos no Brasil, certamente serão desestimuladas “por essa ação de negocistas públicas e espertalhões privados”. Arthur Virgílio sugeriu que o governo reveja as normas que orientam a fabricação de motos em Manaus, fazendo exigências na parte de nacionalização das peças.
Fonte: Redação / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)