Suzuki DL 650 V-Strom – Primeiras Impressões
Não aguentamos a ansiedade e acabamos pegando a moto na sexta-feira na concessionária, mesmo sem a placa! E já tenho o que falar dela!
A primeira impressão que tive se resume a uma palavra: Fantástica. Apesar da V-Strom ser um sonho realizado, eu vou manter o foco e tentar sem um pouco imparcial na análise, mas não é abuso dizer que a moto realmente entrega tudo o que promete.
Saindo da loja, em Alphaville no horário de pico, o trânsito estava completamente travado. Já pude perceber então que a moto não é tão ágil quanto as outras que tive. É preciso ter paciência para manobrar a moto, e corredores um pouco mais largos para ela passar. O guidão não é tão largo, e fica bem alto, passando por cima dos retrovisores da maioria dos carros. Apenas nos carros mais altos, ou furgões, há o risco de bater o guidão no retrovisor destes.
A primeira marcha da moto é bem curta, e acelerar em primeira exige cuidado para evitar trancos e solavancos. O ideal é usar a primeira apenas para fazer a moto começar a andar, e logo em seguida já colocar a segunda marcha. Assim a moto fica mais fácil de acelerar e desacelerar. O motor oferece um excelente torque em praticamente todos os regimes de rotação, desde 2000 RPM até 7000 RPM (máximo que eu acelerei, pois ainda está em amaciamento). A segunda marcha atende a moto de 20 a 80 km/h sem forçar, então não é preciso ficar trocando as marchas o tempo todo para andar em trânsito lento.
Como a concessionária me entregou a moto com apenas 1 litro de gasolina no tanque, eu tratei de ir para o posto mais próximo para abastecer, e apesar de saber que o tanque é grande, me surpreendi com o tempo que levou encher o tanque de 22 litros, e com o valor da conta, superior a R$ 50,00!
Depois disso, peguei a Rodovia Castelo Branco, sentido São Paulo, pois iria levar a moto para a oficina do meu pai, para que ele fizesse o ajuste da suspensão dianteira, pois na loja eu achei ela muito dura. Mas durante o trajeto, percebi que a suspensão estava boa. De qualquer forma, estava indo lá para mostrar o novo brinquedo ao velho!
Na rodovia, a moto realmente mostrou a que veio. O motor é suave, mas responde muito bem ao acelerador. Sem forçar muito, consegui chegar a 150 km/h (em quinta, a quase 7000 RPM). A moto é muito estável nessa velocidade, não balança nem vibra. O que surpreende é a elasticidade do motor: Eu entrei na rodovia a 60 km/h, em quarta, e acelerei até os 140, quando troquei para a quinta e mantive a velocidade. O motor realmente não reclama de andar em baixos nem médios regimes.
Chegando no pedágio, encontrei com a Luana (de Lead), e então fomos o restante do caminho a 80 km/h. Nessa velocidade, em sexta, a moto está a 3500 RPM, e eu praticamente não acelerava, só encostava no acelerador. A 100 km/h, o motor está a 4400 RPM, e a 120 km/h, a 5300 RPM. Vai ver é por isso que dizem que a moto faz 22 km por litro… Mas eu já sei que, pelo menos por enquanto, minhas médias não vão nem chegar perto disso.
Quando finalmente cheguei na oficina do meu pai e parei a moto, percebi um leve barulho de válvulas batendo, o que a principio me deixou preocupado. Deixei a moto lá para ele dar uma olhada, mas no fim, acabei resolvendo deixar para ver isso na revisão de 1000 km. O barulho não é alto, e é apenas no cilindro traseiro. Deve ser o esticador da corrente de comando. Se o barulho piorar, eu antecipo a revisão.
Com ela parada, é que consegui identificar os recursos da moto com mais calma. A moto é cheia de recursos interessantes. Para começar, ela vem com pisca-alerta de fábrica. Já tinha visto em outras motos, mas achei legal ter isso nesta também. O botão que liga o farol está cada vez menos presente nas motos, e na V-Strom não é diferente: Virou a chave, o farol liga. Eu confesso que sempre preferi o interruptor no guidão, me dando a opção de escolher se quero ou não o farol aceso, mas acho que esta é uma tendência sem volta.
O miolo da chave possui 4 posições: ON (ligado), OFF (desligado), LOCK (para travar o guidão com a moto desligada) e “P”, onde a moto fica com o guidão travado, mas a lanterna traseira e luzes auxiliares do farol ficam acesas. É útil para deixar a moto “iluminada” em uma estrada escura, caso você precise abandona-la por algum tempo. Nesta posição, o pisca-alerta também funciona caso seja acionado. Além destas 4 posições, esse contato possui um sistema anti-furto. Eu confesso que não consegui entender o funcionamento dele. Mas basicamente, você consegue girar essa fenda usando apenas a ponta da chave, fazendo com que o restante do contato fique desalinhado com a fenda. Desta forma, quando alguém colocar alguma chave no contato, a chave não vai entrar. Eu só não consegui entender a razão disso, uma vez que o “ladrão” pode simplesmente realinhar a fenda superior com o restante, fazendo o sistema voltar ao normal.
Outro recurso legal da moto são os ajustes da suspensão. A suspensão dianteira possui regulagem de pré-carga da mola. Pode ser facilmente ajustada com uma chave de fenda. Isso serve para deixar a suspensão mais dura ou mais mole. Já a suspensão traseira, tem regulagem de pré-carga da mola e de mergulho e retorno. A pré-carga pode ser ajustada usando um pequeno botão giratório que fica na lateral da moto. Já o ajuste hidráulico é uma pequena fenda que fica na parte inferior do amortecedor, e pode ser ajustado usando uma chave de fenda. Estes ajustes mudam completamente o comportamento da moto. Ainda não tive condições de testar estes ajustes, mas na terça-feira pego a moto e ai sim vou poder testar tudo.
Sob o banco, há bastante espaço para pequenos objetos. Lá, há também o kit de ferramentas da moto. Nunca tinha visto um kit tão completo. Possui muitas ferramentas, e aparentemente, são todas de boa qualidade (ao contrário dos kits das outras motos que tive, que são todos ruins). Certamente não vou passar aperto com ele.
Já o para-brisa da moto, é um caso a parte: Não sei se gosto ou não dele. Antes de comprar a V-Strom, já tinha lido muito sobre ele e a turbulência que ele causa. Achei que fosse frescura de quem escrevia, mas percebi que não é bem assim. Acima de 120 km/h, se eu estiver com a viseira do capacete aberta, o vento fecha ela até a metade. Se eu estou com ela totalmente fechada, o vento abre ela até a metade. Parece que ele força do vento insiste em mexer na minha viseira! Nunca vi isso! Já andei a 270 km/h com esse capacete e o vento não mexia na minha viseira. Pelo jeito vou ter que comprar um capacete com trava de viseira, pois o meu Shark S650 não tem. Além disso, percebi que a minha jaqueta “estufa” com o vento. Fica parecendo aquelas California Racing de motoboy. Eu não sei o motivo disso, pois mesmo apertando a cintura dela para ficar justa, e os punhos fechados (e com luvas), o vento entra e causa este efeito. O para-brisa tem 3 regulagens de altura, está na menor. Eu vou tentar ajustar para as outras duas e ver se o efeito se mantém. Se não melhorar, o jeito vai ser comprar uma jaqueta nova, mais justa, e um capacete com trava de viseira.
No mais, a moto é linda: Chama a atenção por onde passa (até mesmo pela cor, Laranja metálico), e é muito divertida de pilotar. Ela não é tão pesada quando possa parecer, mas também não é uma Falcon, exige certo planejamento para fazer curvas mudar de direção. Mas nada que uns 20 minutos de direção não sejam suficientes para acostumar-se.
Em breve vou viajar e passear com ela, e então vou ter mais informações para fazer uma análise mais completa da moto. Mas por enquanto é só o que consegui tirar dos 23 km que rodei com a moto. Até mais!