Projeto Explore – Marcelo de Barros em Morretes/PR
Eis o relato de viagem do Marcelo de Barros, que viajou para Morretes no final do ano passado e enviou seu relato aqui para o Motos Blog.
O Marcelo já enviou este material a bastante tempo, e até peço desculpas pela demora em publicar. Estes últimos dias tem sido extremamente difíceis para mim e não tenho tido tempo. Mas espero retomar as atividades normais daqui para frente.
Então, curta o relato! Se quiser mais detalhes, visite o Blog do Marcelo!
No dia que fui de São Paulo à Curitiba, o tempo estava horrível no Paraná, garoando muito na BR 116, então segui direto para Curitiba e quando o tempo melhorasse, eu faria o passeio, pois ficaríamos alguns dias na cidade. Em um churrasco, combinamos de ir no dia seguinte para almoçar em Morretes, aproveitando que o Rodrigo, primo da minha mulher, conhece bem as ruas de Morretes e Antonina, cidades que eu queria visitar.Comer o tradicional prato paranaense chamado “barreado” também estava na minha lista.
Saímos de Curitiba às 10 da manhã, passando pela belíssima Avenida Getulio Vargas, que é muito bem arborizada, pegamos a BR 116 sentido São Paulo e paramos na “Parada do Japonês” para tomar algo para hidratar o corpo, pois o dia estava muito, mas muito quente. Nessa parada conhecemos um casal que estava de XRE 300, vindo de São Leopoldo-RS e indo até Paraty-RJ (±1400 km de viagem!). Achei muito legal ver a felicidade deles enquanto contavam sobre a viagem que estavam fazendo, dava para perceber que a viagem estava sendo muito boa! Uma pena que na alegria do bate papo esqueci-me de pegar algum contato deles. Fiquei curioso para saber se a viagem toda correu bem, espero que sim!
Seguimos nosso caminho pela BR- 116 até chegar ao portal de entrada da PR-410, a Estrada da Graciosa, onde tiramos algumas fotos. Seguimos na estrada por trecho com bom asfalto até a primeira parada da Graciosa, onde é possível ver boa parte da serra e o mar ao fundo, que acredito ser parte da Baía de Antonina. Descemos a serra parando em todos os lugares possíveis, se achássemos algo bonito, parávamos. Seguimos pelo trecho de paralelepípedos tranquilamente. Tudo é muito conservado e bonito, a dica é andar o mais devagar possível, assim você aproveita mais a bela paisagem.
Abaixo algumas fotos desse trecho do passeio.Esse lugar é na ultima parada da serra da Graciosa, lembre-se de ir com roupa de banho por baixo e de levar uma toalha. (Depois não vai dizer que não sabia ok?!) As pedras maiores tem alças de ferro, fixadas para facilitar a vida de quem quer se banhar ali sem tomar um tombo e estragar o passeio, a água é cristalina e vale muito à pena em um dia bem quente como estava no dia do nosso passeio. Você saberá onde é quando visualizar uma ponte com estrutura alta de ferro, à sua esquerda (se estiver descendo sentido Morretes). A ponte de metal era o único caminho utilizado para cruzar o rio antigamente. Atualmente, é feita a travessia em uma ponte de concreto com asfalto, construída ao lado da antiga ponte.
Terminado o almoço, que ficou em 100 reais para três pessoas (pense quanto pretende gastar antes!), pegamos as motos e fomos para Antonina, onde imaginamos estar mais quente ainda. Lembre se também de parar a moto em um local que tenha sombra garantida, pois eu parei em uma pequena sombra, só que na volta ela estava com sol batendo forte, e o banco da moto parecia uma frigideira!
Dica: Se você gosta de doce de banana, não saia de Morretes sem comprar um pacote nas lojinhas locais, creio que foi o doce de banana caseiro mais gostoso que já comi!O licor de banana também é bom, e bem forte, mas não recomendo provar lá, porque bebida e moto não combinam!
Saindo de Morretes até chegar à baía de Antonina, a temperatura deve ter chegado ao pico do dia, entre 38 e 40°C, a sensação era de que estávamos andando de moto dentro de um forno! Aparentemente, é por uma única via que se chega à cidade, via que quando acaba o trecho de asfalto e começa o trecho de paralelepípedos, a sua direita, (sentido Baía de Antonina) você verá a antiga e bonita estação ferroviária, construída em 1916. Passando da estação, a impressão que dá é que chegamos a uma daquelas cidades antigas e tradicionais de Minas Gerais, devido ao calor absurdo, ao chão de paralelepípedo, as ruas estreitas (algumas só passa um carro por vez), e a arquitetura antiga preservada nas casas, lojas e bares. A fachada do Teatro Municipal da cidade estava em perfeito estado, talvez tenha sido reformado recentemente, achei muito bonita.Chegando à baía,que segundo uma placa fixada no local diz, é o ponto onde o oceano mais avança para dentro do Brasil, a sensação de “forno” passou graças a uma abençoada brisa de água salgada do mar. Conseguimos encontrar um pouco de sombra de uma das grandes árvores da Praça Feira-mar, que fica na frente da baía, que tinha espaço para estacionar duas motos é mais nada. Ainda bem! Descansamos um pouco, compramos muita água, falamos com um rapaz que trabalha com passeios de barco pela baía, que nos informou sobre como funciona, os trajetos e custos. Tiramos algumas fotos na plataforma de onde saem os barcos, local que eles chamam de Trapiche Municipal, e decidimos voltar para Curitiba sem passar em Morretes, mas ainda subindo pela serra da Graciosa. De Antonina tem a opção de subir por uma Rodovia, mas qual seria a graça?!?
As ruínas do Casarão, antigo depósito de erva-mate, herança da metade do século XIX, durante o Ciclo da Erva-Mate. Vá até lá para bater fotos por dentro, pois é bem bonito (e eu só soube depois…).
No trecho entre Antonina e a serra da Graciosa, o tempo “virou” e dava para ver de longe a chuva forte que caía entre as montanhas e vinha em nossa direção, decidimos acelerar o ritmo do passeio para evitar pegar chuva na Graciosa, pela má fama dos escorregadios paralelepípedos da serra em dia de chuva, afinal, tombos estavam fora dos nossos planos! Chegamos a tomar a tal chuva, mas em um trecho pequeno, antes da PR-410, mas era o suficiente para molhar documentos, telefones e câmera. Ainda bem que nossas motos têm bauleto, paramos com os primeiros pingos e guardamos tudo em tempo! Lembre se disso, se não tiver bauleto, arrume sacos plásticos e leve uma mochila.Na pressa de escapar da chuva, quase perdi o ponto da foto 18 do Projeto Explore, lembrei quase passando do local, voltei a pé correndo para bater a foto e sumir logo daquele lugar (rs). A foto não ficou como eu queria, porque o tempo já estava fechando e eu não tinha imprimido a foto referência (que ajudaria muito). Eu queria a foto sem carros aparecendo (pois a paixão aqui tem só 2 rodas!), então eu esperava um carro sumir no fundo da foto, e quando ia tirar já vinha outro, e os carros passavam rápidos ali! Na verdade pequei por afobação, mas acho que vale a boa intenção.
Seguimos o caminho para Curitiba bem rápido, subimos pela PR-410 novamente, onde tinham muitos motociclistas descendo ainda, achei um momento legal, pois muitos buzinavam nos cumprimentando, gostaria que esse fosse o “espírito” de todo motociclista. Apenas paramos para arrumar a seta da FYM 250, que tinha soltado o parafuso e ficou pendurada pelo fio, e conseguimos chegar à casa do Rodrigo em Curitiba sem ter tomado chuva no caminho. Obrigado São Pedro!
É isso, no final do dia muito cansaço e felicidade, muita estória para contar e o merecido sono com a sensação de “missão cumprida”. Passeio de moto que cura mais do que muito tratamento. Recomendo!
Rota: Os mapas abaixo mostram os percursos da ida e da volta, no total 180 quilômetros rodados.
Marcelo, muito legal o seu relato! Excelente para abrir a temporada 2012 de passeios! Espero poder ir conferir a estrada da graciosa ainda este ano.
E você? Porque ainda não enviou seu relato de viagem para um dos 20 lugares do Projeto Explore? Bora viajar!