Vagas de estacionamento para motos são cada vez mais escassas
Com o aumento da frota de motos, um problema cada vez mais evidente é a falta de vagas de estacionamento para as motos nos grandes centros urbanos. Em São Paulo está cada vez mais difícil encontrar um lugar para estacionar motos.
É cada vez maior o número de estacionamentos particulares que simplesmente não aceitam motos, sob a justificativa de que “o seguro não cobre”.
Nas ruas, as vagas demarcadas são cada vez mais concorridas. No centro de São Paulo, onde todos os lugares são milimetricamente demarcados com “Zona Azul” (onde as motos são proibidas), os espaços destinados exclusivamente as motocicletas são escassos.
Meu exemplo: trabalho em um prédio comercial na região da Av. Paulista. O prédio possui estacionamento no subsolo, mas este não aceita motos (nem mensalista, nem avulso). Ao lado do prédio, na rua, há um espaço demarcado para as motos. O espaço deve ter uns 15 metros, que seria suficiente para acomodar no máximo 3 carros, é ocupado por 35 motos em média. Dividem este espaço as motos de quem trabalha na região e portanto ficam ali o dia todo, e os motoboys, que param apenas para entregar ou coletar alguma encomenda, e logo vão embora.
Se eu chegar um pouco depois das 9h00, já não consigo mais estacionar ali, e tenho que procurar algum outro estacionamento mais distante, que também pode estar lotado. Se eu chego antes, estaciono, mas obviamente alguém vai ficar sem estacionar.
Essa situação fez gerar até mesmo um novo tipo de profissional: O flanelinha de motos. Ele fica próximo aos espaços destinados as motocicletas, arrastando e comprimindo as motos juntas, para que caibam mais e mais motos no mesmo espaço. Ele ajuda aos usuários chegar ou sair do estacionamento (o que seria impossível realizar sozinho, tamanha a compressão das motos em um mesmo espaço). Algumas dessas pessoas são tranquilas e não exigem o pagamento de nada pelo serviço, contando com a solidariedade do motociclista, mas outros já possuem valores tabelados, fazendo cobranças de forma extorsiva e, em alguns casos, depredando a moto de quem não paga.
Pior é a situação dos motoboys, que não podem escolher o horário que vão chegar e sempre se deparam com os espaços lotados. Muitas vezes são obrigados a estacionar em local proibido, ficando sujeitos a multas.
Uma forma de resolver este problema seria aumentar o número de vagas para motos em detrimento de vagas de carros. O espaço que um único carro ocupa pode ser confortavelmente ocupado por seis motos, o que beneficiaria, no mínimo, 6 pessoas, que é mais do que a capacidade máxima da maioria dos carros, e que em geral, são ocupados apenas por uma pessoa. Além disso, os carros sempre tem a opção de estacionar em um estacionamento particular.
Outra forma seria criar uma lei que obrigasse aos estacionamentos particulares a aceitarem motos, fixando o preço do serviço em, no máximo, o mesmo valor para os carros.
Obviamente a prefeitura não tem interesse em resolver esta situação, aumentando os espaços para as motos, já que arrecada mais aplicando multas, além de arrecadar dos carros com a venda de bilhetes da Zona Azul.
E o que você acha? Você tem dificuldade para estacionar sua moto no seu dia-a-dia? Comente!